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Comentário ao Manifesto de Mário Soares NOVO RUMO

Comentário ao Manifesto de Mário Soares NOVO RUMO

Fernando Condesso, Lisboa, 27-11-2011 22:10

 

Em breve comentário ao Manifesto encabeçado por Mário Soares, diria que ele contém o essencial da crítica ao presente (alternativas à austeridade, eu diria, recomposiçao dos elementos de austeridade e complementos para amenizar a recessao e voltarmos a um certo equilíbrio na economia) e dos caminhos para o futuro (continuar a apostar na justiça social e no aprofundamento democrático).No livro "PORTUGAL EM CRISE: Pela Reforma global do sistema político e das Políticas Públicas", publicado em Portugal (Ed.Livros do Brasil) e, com carácter mais geral, "DERECHO A LA INFORMACIÓN: Crisis del Sistema Político, Transparencia de los Poderes Públicos" (Ed. Dykinson, Madrid), analisei nao só as causas nacionais e europeias desta crise mas aspectos institucionais da distorcida construçao constitucional portuguesa e europeia.As teses monetaristas de Milton Friedman e dos neoliberais, o ultraliberalismo e as suas posiçoes do Estado mínimo do monetarista Milton Friedman, ultraliberais Frederico Hayek (que se inspira quer na teoria evolucionista de Darwin quer na psicoterapeuta russa sediada na sua natalícia Viena, Sabina Plilrein), Schumpeter, aplicada pelo consenso angloamericano iniciado por Reagan e Thatcher mostrou os seus resultados: a falsidade do mercado livre, auro-regulável, paninformado, eficiente, criador de riqueza. Trouxe-nos o empobrecimento do ocidente, a indiferença pelo pleno desemprego, as maiores diferenças de rendimentos, a nao tributaçao dos rendimentos da especulaçao, a crise do Estado Social de DIreito. Quanto à Democracia, veremos o que nos trará. O FMI com o seu papel de excessiva austeridade, só com preocupaçoes de rápido pagamento aos bancos credores, mostrou bem na crise da Ásia Oriental, o que valia. Aqui vamos pelo memso caminho. Keynes pode ter pensado um mundo nao globalizado, embora o FMI e o BM por ele proposto fossem bem diferentes e preparados para a actualidade, melhor adaptados a esta globalizaçao, se nao tivessem sido desvirtuados. Hoje, perante o fracasso na "Nova Economia", dominante nos últimos trinta anos, é tempo de voltar a ler Keynes e adaptar ou aplicar os seus conceitos e pressupostos básicos ao mundo actual, deixando o dogma do mercado perfeito e portanto livre do Estado e voltando a contar com a política e a premissa económica fundamental de Keynes, o problema da incerteza e da confiança. Impoe-se de novo a presença do Estado nos Mercados: um novo equilíbrio entre Mercado e Estado, sem intervencionismo excessivo, mas regulamentaçao nas doses necessárias e tendo presente uma lógica económica mais preocupada com as dinâmicas da procura (embora sem desconhecer os escessivos endividamentos externos e desiquilibrios orçamentais) e nao só com a austeridade para pagar a quem mais enriqueceu e nos colocou nesta crise; mais com a economia, mais com o problema do aumento dinamizador da procura do que com o lado da oferta, do favorecimento das grandes fortunas e da austeridade. Quanto ao FMI e à germano-Europeia, que a dívida se pague, mas mais devagar, quando a economia começao a crescer e tendo presente as prcentagens de crescimento. Porque nao deve o pagamento em crise ser lento, se o endividamento e o engano com os consabidamente arriscados produtos financeiros (derivados, futuros, etc.) e "créditos", prémios e altas rentabilidades bancárias a curtos prazos e portanto a todo o custo, devendo separar-se os negócios da banca comercial (depósitos e empréstimos às empresas) da banca e instituiçoes financeiras, especulativas,o que tudo foi sendo veneno ministrado lentamente e aliás insidiosamente aos cidadaos e clientes do sistema social instalado.Fernando Condesso